Veja por que aproximar os alunos da tecnologia cria mentes inovadoras
É comum, quando se pensa em robótica, focar o olhar apenas para os robôs. E, diferentemente dessa visão restrita, é importante imaginar o mundo da robótica muito além das máquinas. A robótica começa dentro de casa, ao acender a luz ou ao automatizar o processo de irrigação do quintal. E, também, está na palma da mão, ao enviar mensagens de textos ou fazer uma ligação pelo celular.
A importância do ensino de programação e robótica já pode ser comparada ao ensino de outras línguas, como o inglês e o espanhol, com benefícios comprovados. Este artigo demonstra que inserir a robótica no desenvolvimento educacional é entender que aproximar os alunos da tecnologia não desperta apenas maior interesse em áreas de engenharia e programação, mas também cria mentes inovadoras. Vem ver como.
O que é robótica?
Robótica é a ciência que estuda as tecnologias associadas a concepção e construção de robôs. Os robôs são mecanismos automáticos que utilizam de circuitos integrados para realizarem atividades e movimentos humanos simples ou complexos. A robótica tem grande aplicação em diversas áreas desde a produção industrial, medicina até atividades domésticas.
O conceito sobre robótica surgiu no início do século XX, na obra “O Mentiroso” do autor de ficção cientifica Isaac Asimov. Foi o autor quem criou a palavra robótica e foi também ele quem apresentou, no campo da ficção-científica, as Leis da Robótica.
A robótica tem grande aplicação em diversas áreas desde a produção industrial, até atividades domésticas. Desde a Primeira Revolução Industrial, robôs e outros equipamentos são utilizados para aumentar a produtividade das empresas.
Mas ao contrário do que pensam, a robótica não existe apenas para uso de grandes empresas. Tarefas cotidianas como limpar a casa, por exemplo, se tornaram menos exaustivas com a ajuda de novas tecnologias e dispositivos que realizam atividades automatizadas.
Robótica nas escolas
Na robótica educacional, a metodologia foi idealizada para permitir aos alunos construir o próprio pensamento e conhecimento, por meio de ferramentas computacionais. Desde cedo, os jovens são engajados numa cultura de solução de problemas, de trabalho em equipe, de competição saudável, num mundo que desperta o interesse pelas ciências exatas, pela matemática, pela pesquisa e pela inovação.
É um poder transformador. Por meio dela, crianças e jovens, que antes não tinham afinidades com disciplinas como Matemática, Ciências, Física ou mesmo Português, Arte e Design, passam a se dedicar com afinco para conseguir desenhar, montar e programar robôs. Em pouco tempo, é nítida a melhora no desempenho em todas as matérias do currículo e um interesse maior pelas áreas ligadas à tecnologia.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2022, somente 26,7% das escolas públicas e privadas brasileiras oferecem alguma atividade relacionada à robótica e programação.
Como funciona?
Na prática, a robótica educacional consiste na utilização de kits de montagem compostos por diversas peças: motores, engrenagens, polias, rodas, eixos até materiais de sucata como plásticos e madeiras. Essas peças se integram a microcomputadores e softwares que permitem o controle e funcionamento do modelo montado. Levando em consideração a faixa etária dos estudantes e na praticidade do ensino, empresas como a Lego, que comercializa brinquedos baseados em sistemas de construção, ganham destaque no setor.
Em síntese, a robótica na educação se fundamenta em três itens: os kits de montagem que vão modelar o dispositivo, o computador e uma linguagem de programação para operar o dispositivo.
O que dizem os estudos
Um estudo realizado com 2 500 alunos, pelo Serviço Social da Indústria (SESI) – que têm a disciplina “robótica” inserida no currículo escolar – ilustra o impacto positivo no processo de aprendizado.
O trabalho mostra, por exemplo, ganhos de desempenho de 6,4% em matemática, de 5% em ciências humanas e sociais e 4,5% em linguagem na comparação com estudantes que não têm a robótica na grade curricular. Os ganhos se desdobram, ainda, para as chamadas “soft skills”. Para além de criar os robôs, estimula-se o desenvolvimento da autonomia, pelo desafio de se conciliar a agenda com projetos de pesquisa, busca por patrocínio, agenda de marketing, interação social com times e, principalmente, desenvolvimento emocional.
O que os alunos ganham
A utilização da robótica educacional em ambientes escolares tem como objetivo estimular o raciocínio lógico, a utilização de criatividade, resolução de problemas por meio de erros e acertos, desenvolver habilidades manuais, motivar a curiosidade, o trabalho em equipe e o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Em conjunto, tais aptidões têm impacto direto tanto na vida escolar, acadêmica e profissional.
Ela estimula, por exemplo, competências fundamentais como espírito investigativo, trabalho em equipe, planejamento, cooperação, diálogo, pesquisa e tomada de decisões. Com foco na metodologia STEAM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, estimula, inclusive, o desenvolvimento de novas gerações de engenheiros e pesquisadores que a indústria tanto precisa.
E mais:
Resolução de problemas: Com raciocínio matemático e científico, lidam a todo instante com a resolução de problemas complexos; aprendem a organizar suas ideias, a como obter uma comunicação eficaz, a trabalhar com ética e como fazer a tão necessária gestão de tempo e de emoções – prática comum em competições.
Empreendedorismo: A robótica educacional também estimula o empreendedorismo nos estudantes que se aventuram pela metodologia. Para ser um bom empreendedor, é necessário ter planejamento, atuar com metas, otimizar o orçamento, saber trabalhar em equipe e, claro, “vender” muito bem suas ideias. Com os torneios de robótica, inclusive, os jovens contam que perdem a timidez, tornam-se mais proativos, e absorvem espírito investigativo com cooperação e diálogo. Nessas disputas, eles lidam com om questões como se fossem donos de suas empresas, com papeis bem definidos para cada membro da equipe.
O empreendedorismo na escola, inclusive, é capaz de estimular competências que preparam jovens aptos a encontrar soluções criativas para problemas complexos, para si e para a comunidade em que estão inseridos. Neste artigo exploramos um pouco mais desse conceito e sua importância na vivência escolar do aluno, assim como para o seu futuro.
Desenvolvimento cognitivo: O potencial da robótica educacional está em criar condições para a discussão, participação, criação e solução entre os estudantes e os professores. Esse processo pretende desenvolver cognitivamente o pensamento sistêmico e interdisciplinar nos estudantes, envolvendo disciplinas das ciências exatas e das ciências humanas a partir da interface ser humano e máquina.
Estímulo ao pensamento crítico: A robótica desafia as crianças e adolescentes a resolver problemas complexos e a pensar de forma crítica. Portanto, promove o desenvolvimento de habilidades analíticas.
Aprendizado prático: Os estudantes podem aplicar conceitos de matemática, ciência, engenharia e programação de maneira prática, o que ajuda a tornar o aprendizado mais tangível e significativo.
Colaboração: A robótica muitas vezes envolve trabalho em equipe, incentivando a colaboração. Assim, eles aprendem a comunicar ideias, dividir tarefas e resolver problemas juntos.
Preparação para o futuro: À medida que a automação e a robótica desempenham um papel cada vez maior no mundo atual, os alunos que têm experiência nessa área estão mais bem preparados para futuras oportunidades de emprego.
Estímulo à criatividade: Os projetos de robótica frequentemente têm espaço para a criatividade, pois é possível projetar robôs para realizar tarefas específicas ou solucionar problemas de maneiras inovadoras.
Melhora na resolução de problemas: A resolução de problemas é uma habilidade fundamental que é preciso desenvolver ao lidar com os desafios que surgem durante a criação e programação de robôs.
Desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas: A robótica frequentemente envolve a identificação e resolução de problemas, portanto ajuda a desenvolver habilidades que podem ser aplicadas em várias áreas da vida.
A proposta da robótica no Colégio Lectus
A escola possui o papel de formar cidadãos completos, capazes de impactar positivamente o meio em que vivem. E uma das maneiras de alcançar esse objetivo é por meio de recursos educativos, como a Lego Education, uma das parceiras do Colégio Lectus que tem como objetivo desenvolver nos estudantes importantes habilidades que serão úteis tanto para a formação escolar, como ao longo de toda a vida.
A solução utiliza o sistema de blocos LEGO, conteúdos curriculares comuns e materiais didáticos físicos e digitais, promovendo melhorias nas habilidades de colaboração, comunicação, criatividade, raciocínio lógico e na resolução de problemas. Uma verdadeira ponte entre o lúdico e o pedagógico que proporciona o prazer em aprender.
Mas como o que é bom pode ficar ainda melhor, a partir de 2024 as aulas farão parte do Internacional Program e contarão com as modalidades de robótica e programação em um formato 100% imersivo em inglês.
Mais que a produção e programação de robôs, a robótica educacional é, principalmente, um processo de aprendizagem. O objetivo é incentivar jovens a pensar de forma criativa, eficiente, lúdica e prática a fim de resolver os problemas gerados pelo que foi estudado em sala de aula. O mercado de trabalho, entretanto, exige muito mais que habilidades técnicas. As competências socioemocionais fazem profissionais se destacarem. Nos torneios de robótica, os estudantes desenvolvem a capacidade de se relacionar com outras pessoas e a respeitar as diferenças. Sobre inteligência emocional, é um assunto que, inclusive, vale a pena se aprofundar. Neste artigo tratamos este tema em detalhes, explicando a importância da tratativa da inteligência emocional nas escolas.
Portanto, em 2024, será introduzida na grade curricular a disciplina Lego Education Plus, com 2 aulas de robótica e programação em formato 100% imersivo na língua inglesa através do International Program da escola. Desta forma, os estudantes terão 7 aulas de inglês por semana, intensificando ainda mais o objetivo de desenvolver a fluência nos alunos da segunda língua.